Redes Sociais

Entrevista com Dennis Yu, Especialista em Facebook

Por Ique Muniz

Em termos de Facebook marketing, poucos são aqueles que podemos citar como referência no mercado atual. Dennis Yu é um deles. A Agência Mestre teve o prazer de conversar com Dennis Yu nesta entrevista especial, onde o foco, claro, foi o Facebook e suas atuais mudanças.

Ique Muniz

Dennis Yu, especialista em FacebookOlá amigos da Agência Mestre,

Em termos de Facebook marketing, poucos são aqueles que podemos citar como referência no mercado atual. Dennis Yu é um deles. Nascido na California, residindo atualmente em Washington D.C, Yu trabalha com o Facebook  há seis anos, quando teve contato com os primeiros lançamentos da plataforma da rede social. De lá pra cá, acompanhou toda a evolução da empresa e as inovações lançadas por Mark Zuckerberg e sua equipe.

A Agência Mestre teve o prazer de conversar com Dennis Yu nesta entrevista especial, onde o foco, claro, foi o Facebook e suas atuais mudanças. Falamos sobre a parceria com a Microsoft, o bom uso dos Ads, o trabalho em Grupos ou Fan Pages e dicas em geral para usar corretamente essa poderosa rede social.

Sem mais delongas, acompanhe o bate-papo abaixo:

Agência Mestre: Dennis, pra começar, você pode contar pra gente quem é você e um pouco de sua história?

Dennis: É um prazer participar. Sou um ex-funcionário do Yahoo e agora co-fundador e CEO da BlitzLocal. Nós fazemos propaganda no Facebook para grandes marcas e empresas franqueadas. A graça de ser um palestrante neste meio do search engine marketing é que você pode conhecer lugares interessantes. Aliás, eu amo feijoada e estive no Brasil por muitas vezes.

M: Por que você escolheu o Facebook? Existe alguma razão principal para isso? Quais foram as fontes de estudo para aprender mais sobre a rede?

D: Muito foi por estar presente quando a plataforma do Facebook foi aberta pela primeira vez, há uns seis anos, e ter sido um dos primeiros desenvolvedores do F8 (plataforma de desenvolvimento) aberta em junho de 2007. As campanhas de ads eram tão eficientes que continuamos a crescer. Ao contrário do MySpace, as pessoas se juntam ao Facebook  porque é lá que estão seus amigos. E as pessoas que você vê diariamente são locais. Portanto, nos acreditávamos que o Facebook era a arma secreta em propagandas locais, mesmo os anunciantes sendo grandes marcas.

Muito do que você aprende vem da experiência e do trabalho com o Facebook diretamente. Developers.facebook.com e facebook.com/ads têm boas informações, mas muitas coisas ainda não estão documentadas.

M: Nós temos um cenário complicado aqui no Brasil, onde toda empresa cria perfis nas redes sociais, o máximo que elas podem, para dizer as pessoas o quanto são legais e que escutam seus consumidores. Chamam isso de “social media”. Você tem alguma dica para estas empresas que querem ouvir seu público e tirar o máximo disso? Existe algum caso de sucesso para compartilhar?

D: Criar um monte de perfis no Facebook é tão eficaz quanto criar um larga quantidade de websites ou de endereços de e-mail. Sem tráfego, páginas de Facebook, perfis no Twitter, sites no WordPress ou seja lá o que for, são inúteis. Isso é especialmente verdade no Facebook, onde o número de conexões que você possui importa – indica a freqüência que você aparece nos feeds dos outros. A qualidade de seus posts, mensurada pela taxa de participação, também é crítica, como descrito pela plataforma de desenvolvimento do Facebook aqui.

Aqui estão alguns bons estudos de caso, cobrindo tanto grandes marcas como pequenos negócios:

http://www.allfacebook.com/2010/06/how-we-got-to-40310-facebook-fans-in-4-days/

http://www.allfacebook.com/how-gained-fans-2010-08

http://www.allfacebook.com/2010/06/facebook-ads-secret/

http://www.allfacebook.com/2010/07/successful-advertising-facebook/

http://seoworld.entrepreneur.com/2010/02/16/why-is-facebook-the-secret-weapon-for-local-online-advertising/

M: Um dos últimos press releases da ComScore mostrou que o Orkut ainda lidera no mercado de redes sociais no Brasil, mas mostra também que o Facebook está em crescimento. Você acha que esse é o momento certo para focar no Facebook e criar uma comunidade na rede, por conta da baixa competição? Se trabalhasse aqui no Brasil, o que faria?

D: Você quer estar onde seus usuários estão – para gastar os recursos na proporção direta disso. Se você está focando apenas colegas no Brasil e quer se concentrar no Orkut, ótimo. O Open Social permite que você possa construir boas apps se tiver o conhecimento para isso. Mas, se não, você pode querer usar as social widgets do Facebook e criar algumas páginas. Isso é algo muito fácil de fazer. Se o alvo for uma audiência mundial, considere a mistura certa que existe lá, também se baseando no tráfego.

M: O que você achou da parceria Facebook-Microsoft? Acha que eles podem superar o Google em relação aos sinais de social para fortalecer os resultados orgânicos? Há algum valor em especial para o Facebook vendo uma grande empresa, como a Microsoft, criar essa parceria?

D: Eu não vejo o Facebook e o Google como adversários diretos. Em vez disso, o Google parece competir com as páginas amarelas (que é como a intenção de busca direta), enquanto o Facebook luta contra a TV (que é onde as pessoas vão para se divertir). Você vê alguém no Facebook buscar por “descontos de seguros de carro”? Você encontra pessoas no Google procurando pelo que seus amigos estão fazendo? O grande lance é que a mídia offline está virando online, e não que os jogadores online estão lutando entre si.

No caso do search, acho que a Microsoft está afinada e bem abastecida financeiramente.  Eles não estão tentando “bater” o Google, na minha opinião, porque não estão competindo de frente.  A Microsoft quer ser a “decision engine”, que implicaria em influenciar pessoas com base nas recomendações e nas conversões de informação relevante. Considerando que as pessoas confiam nos amigos como filtro de compra, incorporar resultados sociais na busca faz todo sentido. Google falhou nisso no passado.

M: Alguns sites já falam no termo “Facebook SEO”. É cedo para falar nesse sentido? Se a resposta for negativa, quais são as principais estratégias para se trabalhar?

D: É verdade que uma página no Facebook, bem otimizada, será bem indexada no Google. Escrevi um artigo sobre isso. Alguns profissionais de SEO estão falando sobre keyword stuffing nas páginas de Facebook ou a injeção de palavras-chave no conteúdo. Isso é equivocado, uma vez que a analogia de busca não funciona no social. Social é sobre pessoas que estão conectadas com outras, em oposição aos sites, que estão linkados com os outros. A dinâmica é diferente. No Facebook, estamos de olho em conquistar influencia dominante, que independente de título das páginas, backlinks, densidade da palavra-chave, ou seja lá o que mais. Você precisa de fãs “furiosos” que frequentemente falam do seu negócio – e conquistar MUITOS deles.

O Facebook já falou sobre seus algoritmos EdgeRank e Post Quality Score, mas é um tópico muito detalhado para entrar aqui que podemos falar sobre depois.

M: Grupos e fan pages. Muitos usuários e empresas têm dúvidas em qual usar. Existe um guia rápido para tornar as coisas mais fáceis para eles? Você recomendaria o uso de ambos, no caso de uma empresa, por exemplo?

D: Fácil. Use as fan pages se você tiver um negócio ou uma causa. Se possuir uma associação pessoal (um grupo de pessoas com um hobby, por exemplo), use os novos grupos. Se você tem ou já imagina atingir mais de 250 membros, vá para as páginas.

M: Você vê algum valor nos Ads do Facebook? Como eles podem ajudar uma marca a conseguir mais conversões? Há alguma boa razão para mover seu dinheiro do Adwords para os Ads do Facebook?

D: Os Ads do Facebook são ótimos para direcionar conhecimento e interesse no funil AIDA. Feito corretamente, podem levar ao ROI extremo num e-commerce ou conduzir geração de leads. As pessoas tomam decisões com base na confiança de seus amigos. Se um de seus colegas é fã de um restaurante específico, não é mais fácil você comer lá? É o que o Facebook faz para ajudar a aumentar conversões – expor essa aprovação. Anúncios são uma maneira rápida e eficaz de fazer isso, se for feito da forma certa.

Você deve alocar seu capital baseado no ROI e nós descobrimos que os anúncios no Facebook são significativamente mais fortes do que exibições de anúncios em geral. Se você não está tendo ROI, então você está fazendo algo muito errado.

M: Segmentação é uma palavra-chave nos Ads do Facebook . Quais os conselhos para investir nessa área para promover uma fan page ou um perfil na rede social?

D: Faça seu ads “sociável”. No PPC do Google, você alinha as keywords com o conteúdo do anúncio e landing pages. No Facebook, você alinha interesses com anúncios com aplicações. A maioria das pessoas que reclamam que os Ads do Facebook não estão funcionando, não estão filtrando corretamente o público-alvo ou não estão enviando tráfego para uma aplicação (estão enviando para uma página).

M: Microsoft (Bing), Skype e outras parcerias… O que você espera do Facebook para 2011? Consegue imaginar grandes mudanças que podem nos afetar?

D: Espere para um forte movimento do Facebook Places e mais ferramentas que permitam os anunciantes a ligar seus anúncios com suas páginas. Considere o que já temos no Google Adwords Editor e aí está minha previsão de como será a interface de Ads do Facebook, com exceção de alguns desvios para o lado do social. Nós também acreditamos que 2011 será o ano da “gamificação” (uma febre de jogos), onde as dinâmicas do tipo Farmville serão mais interativas no mundo real. Acompanhe o que a BlitzLocal.com está fazendo neste sentido em janeiro de 2011!

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Comentários
  1. Avatar

    Cara,

    Simplesmente sensacional essa entrevista com o Especialista no Facebook, Dennis Yu.

    Ele diferencia o Google do Bing e do Facebook de forma perfeita! Muito bom também como ele associa a união do Facebook com o Bing para fortalecer o posicionamento do buscador como um “decision engine”.

    Gostei de ver a comparação dele, falando que o Google disputa com as páginas amarelas e o Facebook com a TV por ser uma forma de entretenimento. Perfeito.

    Obrigado por compartilhar essa entrevista com a gente.

    Ah! Você faz keyword stuffing no Facebook? Se já ta errado no Google, no Facebook então, eu tenho pena de você. Se preocupe com a interação da sua fã page, com a quantidade de fãs que você tem nela, com a interação com os usuários, e torne-se relevante para o search do Facebook.

    Abraços,
    Domicio Neto

  2. Avatar

    Muito boa a entrevista.

    A diferença entre o Adwords (Google) e o Ads do Facebook é exatamente o fator Social. O Facebook me apresenta as propagandas de acordo com o que eu gosto (curto), além das influências de meus contatos. O Google, por enquanto, me mostra de acordo com quem paga mais pela palavra que digitei.

    Porém, acho que o Google também está em tendência a caminhar para o Social. Com a segmentação e personalização que ele está fazendo. É cada vez mais comum o Google retornar resultados diferentes quando você está logado na sua conta Google.

    A pouco tempo o Facebook abriu a possibilidade de sincronização com o Orkut, sendo assim o Google também está tendo acesso as informações dos perfis no Facebook, assim como já tem as informações as do Twiitter, lê seus e-mails do Gmail, e sabe as páginas que você visita, além de muitas outras que nem nos damos conta, principalmente se você usa o Chrome.

    Acredito que o Facebook é uma grande opção de para ads hoje, mas não vejo o foco do Facebook e do Google tão distantes, ambos ganham dinheiro com ads, e ambos correrão para o que tiver melhor conversão e retorno, em que a tendência atual são ads em Redes Sociais.

  3. Avatar

    Excelente entrevista.

    Realmente o fator social do Facebook é onde reside o seu diferencial. E concordo com o André quando ele diz que o Google também tende a seguir esse caminho.

    Creio que a descoberta de que somos seres “sociáveis” e de que é muito mais fácil seguirmos as opiniões de nossos amigos do que simples anúncios, ainda está no início da revolução que ela vai causar.

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